sexta-feira, 22 de maio de 2015

Ajude a Guatemala


Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? 2 Coríntios 11:28,29
 
Guatemala, 22 de maio de 2015.




Olá amigos, graça e paz para todos vocês.

Estamos caminhando dia após dia crendo que o Evangelho de nosso Senhor está avançando na Guatemala. Como escrevi na última carta, estamos com uma demanda muito grande e isso é uma benção e ao mesmo tempo motivo de temor em sermos bons mordomos.

É com esse temor e esse peso da responsabilidade que pesou sobre o apóstolo Paulo que os escrevo para contar com vocês em mais uma etapa nesse processo.

Um grupo de irmãos está vindo do Brasil para a Guatemala no dia 25 de julho e eles realizarão nos abençoarão de várias formas em nosso trabalho aqui, seja com projetos esportivos; distribuição de medicamente e material escolar; Kids Games e treinamento para a liderança local. Isso acontecerá nas escolas públicas onde estamos trabalhando e, também, nas igrejas. Na ocasião virão irmãos que trabalham na área de farmácia, pedagogia, esteticismo, entre outras, para usarem suas profissões para abençoar essas pessoas.

Esse grupo está organizando uma corrida sobre a qual você pode se informar aqui: http://www.ticketagora.com.br/Evento/2047/CORRIDA+GUATEMALA+2015.aspx . O objetivo é levantar recursos para os PEPEs que temos aqui, mas para maximizar essa ajuda estamos buscando pessoas, empresários, comerciantes e igrejas que possam apoiar com os custos do evento.

Abaixo estão os custos:

Orçamento - Corrida da Guatemala
Item Preço Unitário Unidade Quantidade Total
Camisa R$ 13,60 UN 300 R$ 4.080,00
Medalha R$ 4,75 UN 336 R$ 1.596,00
Troféu R$ 35,00 UN 6 R$ 210,00
Empresa Organizadora R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
Água R$ 18,00 CX 25 R$ 450,00
Maçã R$ 50,00 CX 2 R$ 100,00
Melancia R$ 8,00 UN 5 R$ 40,00
Banana R$ 35,00 CX 2 R$ 70,00
Cereal R$ 15,20 CX 13 R$ 197,60
Sacolas R$ 3,90 UN 300 R$ 1.170,00
Total R$ 11.413,60

Você pode participar de várias maneiras:

·         Contribuindo com a doação de certo número de camisas, troféus ou caixas de água, por exemplo. (cinco, dez, vinte, etc.);
·         Compartilhando esse e-mail/publicação em suas redes sociais,
·         Compartilhando esse e-mail/publicação com amigos envolvidos com missões ou obras de caridade em geral;
·         Participando da corrida ou da caminhada;
·         Ou de outras maneiras que você puder.

Esse dinheiro será investido exclusivamente em projetos educacionais (PEPEs) e alimentares (PEPEs e escolas públicas).

O investimento no alimento não se refere à compra do arroz que já nos foi doado por instituições dos EUA e enviado por meio de uma igreja-parceira de lá. O custo total de um contêiner é de quase US$100mil; a nossa participação financeira é com os trâmites legais no país e dos projetos e escolas atendidos é com o deslocamento do alimento para o estabelecimento e sua preparação – o que já é um grande esforço para eles. Os PEPEs entre os Kek´chi, por exemplo, já não contam com o alimento, mas nem eles têm condições buscar e nem nós de enviá-los. Cremos que resolveremos isso em breve para que nossos irmãos indígenas não padeçam mais necessidades.

Se se sentir comovido a participar de alguma forma, por favor, envie um e-mail para projetoguatemala@gmail.com ou ligue para (22) 99811-1698 para falar com Renata. Sua ajuda será muito bem-vinda e, mais do que a justa publicidade, você está ajudando a transformar vidas.

Em Cristo,

Rodrigo.



Comunidade no Facebook do Projeto Guatemala: https://www.facebook.com/projetoguatemala?ref=ts&fref=ts

quarta-feira, 4 de março de 2015

Notícias da Guatemala

Guatemala, 04 de março de 2015.

“Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.”
2 Coríntios 11:27-28
 
 


Queridos irmãos, graça e paz do nosso Deus.
         
     Esse início de ano foi de muitas lutas para nossa casa. Viviane teve problemas com sua gravidez e sentiu fortes contrações. Em meio a todo trabalho que desenvolvemos aqui e a tantos objetivos a gravidez ia bem tendo ela, inclusive, chegado a viajar pelo PEPE. No entanto, fazendo compras certa vez, ela sentiu uma contração muito forte e tivemos que ir rápido para médico que a medicou e a deixou baixo observação com risco de ter que ser internada. Graças a Deus não foi preciso, mas foi receitado repouso absoluto e, depois, parcial. No entanto, novamente passou mal e acabou recebendo ordem médica de repouso absoluta até o fim da gravidez.
         
 
   Acabei cancelando todos os compromissos fora da cidade e remanejando outros, pois as aulas começaram em 15 de janeiro; por isso mesmo, tivemos que nos organizar em função da casa também.
     
    São muitos os desafios que temos para esse ano. O carregamento de arroz que conseguimos para os PEPEs está chegando ao fim. Temos 139 caixas que serão distribuídas em vários projetos na próxima semana e, depois disso, não sabemos o que fazer ainda. O problema da desnutrição é grave na Guatemala. Na cidade, o número é de cinco a cada dez crianças; nas aldeias indígenas, oito de cada dez. O alimento é imprescindível para nosso trabalho; não somente por questões estratégicas, mas humanas; cristãs, eu diria, pois o mandamento do nosso Senhor é “amar o próximo com a nós mesmos” e eu, certamente, não gostaria de ver minhas filhas nessa situação. No ano que passou, o filho de um pastor batista desmaiou de fome. Só soubemos disso depois que já estava internado e, assim, pudemos comprar alimento para compartilhar com essa família. Mas os PEPEs já contam com quase 700
crianças; todas indígenas ou de áreas de risco na cidade.

         Jó perguntou por Deus em meio seu sofrimento, seus amigos tentaram oferecer respostas, mas eram todas mentirosas e loucas. No fim de tudo, Deus se apresenta como todo-poderoso e, por isso mesmo, insondável. Essa é uma das principais questões que a teologia tenta responder: “Como pode haver Deus se há tanta maldade?”, mas a resposta dEle para Jó foi o silêncio sobre isso. “Eu sou o que sou” e se isso bastar, creia, siga adiante.

         Aqui no campo, às vezes me sinto impotente diante de tudo. Diante da situação de Viviane e de nosso filho que está por nascer; de dependentes químicos que lutam desesperadamente contra seus vícios, mas quando parecem estar bem recaem; de crianças desnutridas que vivem em meio a mareiros (marginais), outras que foram violadas por alguém da própria casa. Sim, sempre é difícil e doloroso, às vezes nosso maior inimigo é o desânimo de estar longe, tão longe, passando momentos tão difíceis, quase como um isolamento, uma quarentena. Dor, solidão, etc.


        No fim das contas, talvez a resposta de Jó a seus amigos, deva ser a resposta que devemos dar a nós mesmos diante da tribulação: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior.” (Jó 19:25-27).

         Em Cristo,


         Rodrigo e Viviane.

segunda-feira, 31 de março de 2014

O MAIOR DESAFIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL E DO PEPE GUATEMALA


Hoje nós começamos o primeiro Pepe na Guatemala, uma alegria, mas também um desafio.  Digo isso porque o Pepe tem como objetivo a preparação escolar para crianças de baixa renda que estão fora da escola, oferecer alimentação – já que muitas vivem em pobreza extrema e sofrem pela subnutrição – e evangelístico, porque é um meio de levar o evangelho às suas famílias. É no proposito do Pepe que está seu maior desafio.

A maioria das pessoas pensa em pobreza somente como ausência de bens materiais, mas em muitos casos é muito mais do que isso; pode implicar também conformismo com a situação, baixa autoestima, rancor e dependência. Em suma, é um mal que pode abranger a pessoa inteira. Digo “pode” porque a pobreza enquanto simplicidade de vida e de bens não é um mal, mas muitas vezes uma liberdade, mas esse não é o caso com o publico que estamos trabalhando.

Na definição de María Pueyo Alaman “o mal é tudo aquilo que impede ou dificulta a realização da pessoa através da deformação ou empobrecimento de suas múltiplas dimensões” e é exatamente nesse ponto onde a ajuda pode se transformar num desserviço. Pessoas em situação de pobreza muitas vezes contam com assistencialismos que procuram dar algo que momentaneamente lhes falta, mas não desenvolve junto com ela um processo de autonomia que só é causado por uma personalidade que desafie o próprio destino, nesse caso a escassez material e alimentar.

Muitas vezes projetos assistencialistas impedem o nascimento dessa força que desafia o destino e, em contrapartida, para muitos basta o abandono à própria sorte para que a dor mesmo cuide dessas pessoas. Uma peca pelo excesso e a outra pelo descaso; na primeira a pessoa é atrofiada pelo favor em demasia, no outro, pela indiferença. No fim das contas ambos causam o mal, ainda que em diferentes níveis, e o perpetuam.

Acredito no Pepe porque vejo sua disposição nesse sentido: trabalhar não somente pelo que aparentemente se propõe a fazer assistindo as crianças, mas por criar uma ponte que chegue até a família -  e logicamente às pessoas que formam esse núcleo –, pois é ali que a formação de valores acontece e, quando digo valores, incluo a definição mais ampla possível, inclusive a ambição de superar a própria realidade – ou o próprio mal – que o destino lhe impôs.

Cito como exemplo um pastor da zona 21, uma das mais violentas do país, que conseguiu realizar uma parceria com algumas escolas e ao conversar com essas crianças descobriu que muitos deles sonham em ser “mareiros”, uma palavra que é designada para membros de gangues violentas que sobrevivem da extorsão do comércio e  de pessoas. A não ser que creiamos que essas crianças sejam inatamente más devemos nos perguntar sobre as causas dessa situação. São muitas, é claro, e não há tempo – nem é o proposito – de discutirmos agora. No entanto, isso deve nos levar a uma reflexão mais profunda do projeto que deixa de ser somente uma assistência material – o que já é importante por si só – e vê a importância de ser um processo de formação do indivíduo. Eu acho a igreja indispensável nesse processo.

Samuel Escobar escreve que “a menos que existam homens íntegros na América Latina, não haverá revolução nem mudança estrutural que consiga nos tirar do naufrágio institucional e político em que nos encontramos”. Concordo plenamente com ele. Novos modelos com velhos homens de nada valem; é como costurar tecido podre com linha nova, para ficarmos somente nas metáforas bíblicas.

Por isso digo que a inauguração do primeiro Pepe é uma alegria, pois alguns desafios – que não foram pequenos – foram vencidos. Salvador e Patrícia foram pelas passarelas buscando mães pobres que pedem esmolas para oferecer a ajuda, promoveram na igreja, no círculo de amigos, etc., conseguiram doações e envolvimento de várias pessoas que trabalharão grátis – além deles mesmos, é claro –, mas esse é somente o início. Será que dentro das famílias não existe violência doméstica, dependência química, problemas de saúde – incluindo depressão e outros problemas psiquiátricos –, e tantas outras coisas? É provável que em muitos casos sim.

Sobra-nos o desfio de um evangelismo que não vise somente atrair pessoas aos cultos – e agradeço a Deus porque conheço Salvador e Patrícia e sei que não penso assim, muito pelo contrário –, mas que pregue a mensagem que forme indivíduos autônomos que reajam ao próprio destino, pois o evangelho sempre será a luz em meio às trevas, sejam elas sociais, existenciais ou ambas; é uma denúncia em todas as dimensões de nossa existência para, a partir dessa consciência, nos justificar e regenerar.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Notícias da Guatemala 03-2014

Guatemala, 12 de março de 2014.
Prezados Irmãos, diante de inúmeros desafios o nosso trabalho já começou a  ser posto em prática aqui na Guatemala. Estamos treinando vinte e seis líderes de duas igrejas da capital e uma de um povoado próximo. Além disso, há mais duas igrejas no interior do país a serem confirmadas. No entanto, o problema de drogas é tão alarmante que já começamos terapias com duas famílias que, graças a Deus, estão indo muito bem.
Em uma pesquisa recente a universidade São Carlos enumerou as principais circunstâncias que levam os jovens a consumir drogas na Guatemala. Por grau de influência estão: conflitos familiares, desintegração familiar (divórcio ou morte), violência familiar, falta de comunicação, ser negado ou desprezado pela família, não sentir-se amado pela família e, por último, ter um familiar que já consome. Além disso, mais da metade das crianças em idade escolar já consumiram ou consomem álcool e de cada cem oito dizem que já usaram inalantes, dezoito já tomaram tranquilizantes, quatro já fumaram maconha e um dizia haver usado cocaína ou crack. A média de idade da primeira experiência é entre 12 e 13 anos com desvio de comportamento dois anos depois.
Sabemos que isso é uma média e que pode mudar de uma área para outra. Por isso mesmo as igrejas que priorizamos estão nos bairros considerados os mais perigosos da cidade que são a zona 3 e 21. Cada um deles tem sua particularidade, mas de similar são dominados por grupos de criminosos, além de serem abandonados pelo governo. Em uma dessas igrejas – a Igreja Batista Bethel – decidimos frequentar como membros e apoiar além do nosso trabalho de nossos ministérios.
Depois de terminados os treinamentos, começaremos os grupos ambulatoriais – quando a pessoa chega para a terapia e volta para casa, sem necessidade de internação – para tratar dos problemas que citamos acima. Tenho crido que o consumo de drogas é somente uma consequência de vários problemas emocionais e vivenciais e, somente depois, torna-se a causa de vários outros problemas na vida das pessoas e de sua família. Por isso, mais importante de tratar a dependência química é tratar o que a gerou como escrevemos anteriormente. Eu estarei pessoalmente envolvido com cada uma dessas igrejas da capital para apoiá-las na implantação do projeto. Hoje mesmo eu estive numa escola pública para falar com os jovens sobre o tema da droga e foi muito comovedor vê-los atentos ao que eu dizia. Uma das igrejas que receberá o projeto é vizinha dessa escola e já começou a realizar um trabalho com os alunos com a permissão da diretoria.
Outro motivo de alegria é o PEPE que estamos trabalhando para começa-los na Guatemala. Há seis igrejas com as quais estamos conversando, uma delas é indígena, sendo que uma – na capital – já começará em dezessete de março desse ano o primeiro PEPE do país.
O principal problema que encontramos para algumas igrejas é financeiro, já que elas são muito pobres para pagar uma professora e ainda oferecer o café-da-manhã.  O PEPE tem o objetivo de evangelizar, mas também de abençoar famílias pobres com aulas e alimento, preparando-as para que cheguem com alguma base escolar, valores cristãos e combatendo a subnutrição que é alarmante na Guatemala – cerca de um terço da população.
Estamos trabalhando muito e estamos muito felizes. Sentimo-nos realizados em ver o Reino de Deus avançar. Agradecemos a cada um de vocês pelas orações e ofertas que têm feito possível esse trabalho e encorajamos que participem ainda mais para que façamos mais ainda.
Pedidos de oração:
·         Pelos projetos de reabilitação que estão sendo implantados na nas igrejas;
·         Pelos PEPEs que estão em processo de abertura no país;
·         Pelas famílias que começaram as terapias de reabilitação;
o   Para que os usuários superem bem os mementos de abstinência,
o   Para que as feridas familiares sejam tratadas e perdoadas.
·         Pela unidade do PEPE que abrirá na igreja Batista Aposento Alto;
o   Pelos recursos financeiros para que possamos abri-lo nas zonas 3 e 21 que estão entre as mais violentas de todo continente americano.
·         Por dois irmãos de nossa igreja na zona 3 da Guatemala que sofreram um atropelamento no momento de um assalto e de uma troca de tiros próximo a igreja onde estamos e que seguem em acompanhamento médico.
·         Por nossa família, para que nosso Pai nos dê forças para seguirmos trabalhando pelo Reino, buscando suas ovelhas feridas a beira do caminho e cuidando de cada uma delas como nos manda sua Palavra.
Nele que é o Bom Pastor,

Rodrigo, Viviane, Mel e Luana.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Crianças agradecem o apoio das igrejas do Brasil

Amigos, sei que tenho escrito pouco, muito pouco. Mas envio um vídeo que expressa mais do que mil palavas que eu poderia escrever. São crianças de uma área carente da Guatemala, muitas com problemas familiares seríssimos, agradecendo o apoio das igrejas do Brasil pelo Natal que fizemos para elas.

Um abraço a todos e que o próximo ano seja, não somente de realizações pessoais, mas de muita fraternidade, amor e tudo que vem do nosso Pai amoroso.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Notícias da Guatemala (Out. 2013)



Guatemala, 18 de Outubro de 2013.


Prezados Irmãos,

É com muita alegria que escrevo para informar que o nosso trabalho na Guatemala começa a tomar forma nesses últimos dias. Depois de algumas reuniões, viagens e visitas a várias igrejas tive uma reunião com os pastores Otto e Salvador – presidentes da convenção e da ordem de pastores, respectivamente – para falar sobre o projeto de revitalização das igrejas batistas do país. Na ocasião sugeri que essa revitalização fosse feita com o trabalho pelo próximo, uma igreja voltada para os de fora que precisam de Cristo e com o aumento do cuidado dos de dentro. Por isso falei sobre o potencial que há em cada igreja como uma célula de programas de reabilitação e infantis – como é o caso do Pepe.

Os pastores receberam com muito entusiasmo a nossa proposta e ainda me convidaram para falar na próxima reunião da associação de pastores da capital do país. Na ocasião, falaremos da nossa experiência com o trabalho de dependência química e apresentarei o material que publicamos ainda no Peru que está dividido em quatro etapas.

Nossa proposta consistirá em oferecer treinamento e acompanhamento para as igrejas interessadas e, assim, a formação de uma equipe dentro da convenção que trabalhe com esse ministério.  A princípio começaremos com as igrejas da capital, para que as bases do trabalho sejam muito sólidas e possam estender-se naturalmente para o interior do país atendendo as igrejas num nível nacional.

Esse projeto torna-se importante para as vidas de milhares de pessoas e famílias que estão sendo despedaçadas pelo consumo de drogas, assim como para a revitalização de igrejas que terão a oportunidade de discipular novas pessoas e recebe-las em seus cultos.

Motivos de oração:
·        * Para que consigamos formar boas parcerias com igrejas e obreiros que se disponham a trabalhar com esse projeto;
·         *Para que encontremos um centro de reabilitação para realizar um convênio nesse primeiro momento, pois há casos onde a internação é necessária;
·         *Para que as pessoas que firmaram compromisso com o sustento da obra na Guatemala mantenham-se fiéis, pois precisamos de recursos;
·     *Para que Deus abençoe nossa família nesse momento de adaptação e trabalho, já que as crianças só poderão estudar no próximo ano e sentem muitas saudades do Brasil;
·         *Pelas mensagens que pregarei na convenção anual das igrejas batistas da Guatemala.
     
       Em Cristo, que nos constrange com seu amor,

      Rodrigo, Viviane, Mel e Luana.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

PAI NOSSO QUE ESTÁS NO CÉU

                A oração que Jesus ensinou começa com essa declaração: podemos chamar a Deus de Pai e fazer isso com uma consciência de comunhão íntegra. Não somos um nós ou um povo sem pai; mas também não somos somente uma grande massa que desfigura a pessoa em sua individualidade. Por outro lado, não somos indivíduos autossuficientes, nem pessoas especiais que se chegam a Deus por alguma boa obra. Só podemos orar dizendo “Pai nosso” porque foi Jesus que orou e nos permitiu participar de sua oração. Ao fazer isso Ele nos leva a transcender a nossa própria vida e a compreendermos que além de nós – e do eu – há um Pai que nos ensina a viver.

                Trata-se de um Pai transcendente ao qual chegamos orando por meio de Jesus que nos reconcilia com Ele. Não há outra maneira de chegar; por isso os debates sobre a existência de Deus são vazios. “Nenhuma filosofia, nem a de Aristóteles, nem a de Kant, nem a de Platão, não podem compreender a transcendência de Deus, pois os filósofos não chegam, senão aos limites do compreensível, disto que nos é superior.”(Barth)

                É por isso que é necessário crer que ele exista para aproximar-se Dele. Só ora quem crê e só crê quem compreende o que – e quem – é. O incrédulo não deixa de crer por conhecer muito da transcendência – a ponto de negá-la –; mas por conhecer pouco de si mesmo e dos limites de sua razão. Crê que tudo está submisso a ela e, se assim não for, não existe. Por isso, quando oramos, também confessamos que não estamos nos limites da razão, mas resignados à revelação: Deus se fez homem na pessoa de Jesus. Aí está o projeto do nosso Pai: que caminhemos pelo caminho de seu Filho e onde o próprio Filho é o Caminho.

                Quando oramos assim estamos insinuando “a comunhão do homem que ora com Jesus Cristo, sua existência na irmandade dos filhos de Deus” (Barth). Isso não quer dizer que a oração só possa ou deva ser feita em grupo. Nós sempre seremos indivíduos que oram e, como indivíduos, é uma ação que não depende dos outros, mas de nós mesmos. No entanto, quando oramos o Filho já ora conosco. Nunca podemos nos esquecer de que essa é a oração de Jesus e, por isso, oramos sempre com Ele. Oramos com Ele e com muitos outros indivíduos que se juntaram a Ele e que se tornam os discípulos que oram.

                A própria oração já começa com uma confissão de fé: Jesus nos leva a Deus porque não podemos ir sozinhos, Ele nos leva com nossos irmãos ao Pai. Quando oramos reconhecemos sua grandeza e transcendência; simultaneamente confessamos nosso fracasso diante da vida. “Deus, nosso pai, significa: “Nosso Pai de misericórdia. Nós somos e seremos sempre os filhos pródigos que não podem reclamar outro direito senão aquele que nos é dado na pessoa de Jesus Cristo.” (Barth).


                Oração é encontro – e reencontro – é voltar para casa e, em muitos momentos, suplicar ao Pai que não nos deixe sair de casa em momentos de sandices, mas se sairmos, “Eis-nos aqui outra vez!” Muitas das vezes as orações se resumem a pedidos – ou pequenos agradecimentos –, mas o Filho de Deus nos ensina que oração é mais do que isso: é a dupla confissão de quem somos e de quem Deus é. Mais ainda! É o reconhecimento de que Ele é o Pai amoroso que nos recebe em casa e nos ensina a viver.

NOTA: As citações de Barth foram retiradas do livro: O Pai Nosso, a oração que Jesus ensinou aos discípulos. Ed. Novo Século pp 31 - 35. Seguiremos refletindo sobre esse estudo de Barth nos próximos artigos.